Qual seria o bem mais precisoso de um Povo, senão sua própria vida?
E o que é uma vida, senão o exercício pleno das liberdades de um Povo?
Partindo deste prisma, colocamos sobre a mesa midiática o debate sobre um direito do Povo mipibuense, que é o direito a um ambiente saudável e digno. Um bem com previsão constitucional e que, no nosso entendimento, não poderia jamais sofrer dano ou, sequer, ameaças.
Tendo em vista que o ambiente não é um bem exclusivo de um ou mais cidadãos, mas patrimônio maior de todo o nosso Povo, a nossa Gente, não tem sentido falarmos em possibilidades de brechas legais ou mesmo "licenças para poluir", daquelas que, muitas vezes, as autoridades concedem aos seus próprios negócios, dos quais se desconhece a limitação de onde termina o público e onde começa o privado e vice e versa.
No Brasil onde o poder de liderança do político é proporcional ao tamanho dos seus apoiadores e a ganância dos poluidores do nosso ambiente, defender as nossas florestas, o ar que respiramos, os nossos animais, rios e, em fim, nossa natureza, é sinônimo de radicalismo. Lutar pelo que acreditamos é "babaquice", coisa de gente besta.
Alguém nos perguntava, outro dia, porque proteger animais se eles todos vão morrer. Ora, irmão e irmã leitor dO Mipibuense, todos vamos morrer um dia. Esta é a única certeza que temos logo ao nascer e a mais severa verdade de toda a vida humana.
É preciso tornar claro que a nossa luta não se restringe a defesa de um Tamanduá, um lagarto, um grupo de aves, a limpeza das nossas praias, o ar que os moradores do Parque das Praias respiram, as tartarugas do nosso litoral que têm seus ninhos pisoteados porque alguém metido a besta resolve passear de carro sobre os seus ovos.
A nossa luta é pelo direito a vida e vida digna. O direito de não sermos massacrados porque um empresário inescupuloso resolve ganhar dinheiro enchendo os nossos pulmões de fumaça e fuligem. O direito de não ser obrigado a beber agua envenenada por que um dono de indústria quer enriquecer lançando os dejetos de sua produção em nossos rios.
A nossa luta é para que, no fututo, nossos filhos, netos e bisnetos, quem sabe, possam olhar para as nossas fotografias em albuns de recordação e dizer, com orgulho, que nós não nos acomodamos. Que nós oferecemos resistência, o nosso sangue e as nossas almas pelas vidas de nosso Povo e que não nos acovardamos.
O Artigo 255 da nossa Constituição nos ensina que "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."
O que oferece respaldo legal a nossa luta e impõe, aos poluidores, os rigores da lei.
Portanto, acreditamos no que fazemos e vamos continuar lutando em defesa dos direitos de nossa Gente.