Purpurina, plumas, alegria, faixas com dizeres de combate à intolerância e volência, consciência política e muitas sombrinhas em tons de arco-íris compunham o cenário da 12ª Parada do Orgulho Gay de Natal. Apesar da chuva insistente, uma multidão participa agora do evento, que saiu, às 17h15, das imediações do Supermercado Extra, da avenida Engenheiro Roberto Freire. Embalado por quatro trios elétricos e muita irreverência, gays, lésbicas, travestis e transexuais e muitos héteros seguem por cerca de 2,5 quilômetros até a Praça da Árvore, em Mirassol. Este ano, o tema do evento é "Criminalização da Homofobia - PLC 122 já".
O coordenador da Parada Wilson Dantas destacou que a criminalização significa garantir que os homossexuais não sejam descriminados. "Estamos pedindo o não a violência aos gays, lésbicas, travestis, héteros. Um não contra a violência a todos. Perante a constituição somos todos iguais. Não vamos adiar a parada, porque não podemos adiar o nosso orgulho LGBT", disse.
O casal Raquel Dantas, 60 anos, e Antonio Alves, 45 anos, também estavam lá para dar a apoio ao fim da intransigência contra os casais homoafetivos. "Sempre apoiei e participei dos eventos, em São Paulo, levo inclusive os filhos e netos. É importante a consciência contra a homofobia", disse a educadora.
"A Parada permite maior visibilidade às bandeiras empunhadas pelo movimento LGBT no Rio Grande do Norte", explica a presidente do Fórum LGBT Erica Maia. A assinatura de um Decreto Estadual que garante às travestis o uso do nome social nas repartições públicas da administração direta e indireta do Governo, pela governadora Rosalba Ciarline, ressalta Erica Maia, é uma das grandes vitórias que será concretizada durante o evento.
O diretor adjunto do Departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde Eduardo Luiz Barbosa garantiu que há um avanço em políticas públicas voltadas para a saúde da população homossexual no pais. "O Brasil tem três programas neste sentido que trabalham diretamente no enfrentamento das DST/Aids, além de assegurar a cirurgia de transgenitalização", lembrou.
As estudantes Cinthia Souza e Márcia Batista participavam pela primeira vez e avaliaram que o caráter político é menor, em virtude das mudanças conquistadas. "Hoje há uma maior liberdade de expressão e queremos mostrar que somos contra, viva a diferença!", disse a estudante. Maria Selma Brito, 70 anos, também foi levada pelos filhos e amigos para prestigiar. "É a festa da alegria", disse.
A titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), médica Maria do Perpétuo Socorro Lima Nogueira foi eleita a madrinha do evento este ano.
Durante toda a tarde o trânsito ficou lento, nas proximidades do Supermecado Extra, onde ocorreu a concentração. Com o início do percurso, a avenida Roberto Freire foi interditada a partir desse ponto, no sentido Sul-Centro, formando um congestionamento quilométrico. A multidão segue para a árvore de Mirassol, onde haverá shows com os DJs Marcílio Amorim, Eugênio Bezerra, Paulinho Chacon e as cantoras Mônica Jucá, Kelly Vanuje e Thábata Medeiros.
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Fonte: Diário de Natal
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