Carta à amiga Fran

Querida amiga Fran, boa tarde!

Espero que tudo esteja bem com você e família.

Escrevo para relatar uma preocupação que me vem provocando certa curiosidade. Trata-se da tal Branca, supostamente enamorada oculta de uma autoridade religiosa e que parece ser alvo de vários registros em seus textos.

Ora, amiga, primeiro devo dizer que me causa esquivança o fato deste suposto namoro por si só. Visto que, como você mesma já relatou, seria motivo para o surgimento da tão famosa "Mula sem cabeça" na província mipibuense. Fato que até serviria para reavivar a nossa cultura popular em tempos de fundamentalismo.

Segundo a lenda, a "Mula sem cabeça" solta fogo pelo pescoço e costuma correr pelas matas e campos assustando tudo o que vê pela frente. Muito embora creia que uma outra mula, que mesmo tendo cabeça é o mesmo que não ter, já tenha assustado todos nós e vem destruindo São José de Mipibu, desde 2005.

Todavia, e retomando o raciocínio no tangente as suas ilações sacro-culturais popularescas, assevero que estou muito propenso a crer que até sei quem seria o tal amancebado desta "Mula sem cabeça" contemporânea. Alguém capaz de varrer os pátios de vários templos de uma só vez com seu gigantesco rabo de palha. Mas que, a olhos incautos e a primeira e distante vista, tenta ostentar uma aparência de integridade.

Distinta e eloquente amiga, ficaria ditoso se pudesses me confirmar tais assertivas e clarear minhas dúvidas quanto ao episódio que ora trago à baila.

Aguardo resposta!

Um forte e terno abraço,

O Mipibuense