Desde há muito, tínhamos por hábito nos sentarmos na calçada e, paulatinamente, iam se achegando amigos que, em pouco tempo, já se instalava uma roda de conversa.
Camilo, jovem de olhar manso e personalidade forte, com quem sempre conversávamos em ocasiões, alí na rua Cônego Lustosa, e momentos de pura contemplação do coqueiral, ao sul, que expulsou a Mata Atlântica, acariciados pela brisa que subia a velha Ladeira do Japão, nos finais de tarde. As conversas corriam e já estávamos contemplando as luzes de Nísia Floresta, em inícios de noite.
De fala pausada, Camilo mostrava humildade admirável e nos contava os fatos de seu tempo e dos sonhos de todo jovem de sua idade. Gostava de fazer perguntas sobre viagens e de nos ouvir contar como eram os grandes centros urbanos.
Alhures, creio que em redes sociais, pudemos ver que o amigo Camilo atuava em um grupo musical, o que muito nos alegrou, pela coincidência de nossas histórias de vida.
Em uma lúgubre manhã sabática, recebemos a notícia dando conta de que Camilo não mais poderia estar presente em nossas conversas.
Hoje choramos a saudade após um mês da despedida do amigo Camilo, que se foi ainda no alvorecer de sua mocidade. Que nesta noite vicentina Camilo esteja em paz e, com seu olhar sereno, nos lembrando que a humildade é o exemplo maior que podemos dar ao mundo.
Fica em paz Camilo!
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