quinta-feira, 18 de outubro de 2012

À amiga Fran

Querida amiga Fran,

Primeiro quero parabenizar-lhe pela coragem de tocar em assuntos tão sensíveis da nossa comunidade. Segundo, quero dizer-lhe que por muito menos a minha querida Joana, hoje santa, foi levada às labaredas por essa mesma espécie.

Devo alertá-la para que tenha o devido cuidado quando andar por estes pântanos, posto que o limo está presente até mesmo nas calçadas dos templos e temos vivido tempos de intolerância e fundamentalismo na velha província.

Não nos esqueçamos de Galileu, Da Vinci, Copérnico, Giordano Bruno, o grande líder templário Jacques de Molay, este último também silenciado ao fogo.

Essa gente é cruel e não perdoa amiga Fran. Outrora já usaram de tudo para silenciar seus desafetos. Perseguiram, torturaram e queimaram inocentes para garantir seu domínio e negar ao mundo o conhecimento da verdade.

Jamais esquecerei do que fizeram à Maria, irmã de Marta, aquela de Magdala, à quem criminosamente macularam, por séculos, com a pecha de prostituta, na tentativa de rechaçar qualquer aproximação dela com Isa. A mesma que, tempos depois, o chefe Gregório reconheceu ser uma boa mulher.

A tara por silenciar a verdade ainda permanece e, ainda hoje, assim como foi no passado, quem fala a verdade sofre com a perseguição. A fogueira foi proibida, mas outras formas de queimar estão sendo testadas.

Um dia o mundo verá a luz, conhecerá a verdade e a verdade nos libertará.

O Mipibuense
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