Era uma noite fria, quando caminhando por uma das ruas do Rossio, em Lisboa, fui surpreendido por um cidadão caucasiano, de meia idade, que forçadamente iniciou uma conversa. Como já era madrugada e sem qualquer alma viva por perto, fingi não entender o que aquele personagem indesejado tentava me dizer.
Inicialmente ele me perguntara se era português e se poderia ajuda-lo, pois precisava de dinheiro para comer algo. Ao compreender enredo do samba do malandro português e identificar o meu papel na cena que ali se iniciava, tentei encerrar o diálogo, respondendo-lhe em inglês que não falava português e que não entendia o que ele estava dizendo.
Imediatamente o suposto mendigo me surpreende mais uma vez e, em inglês fluente, passa a narrar tudo o que havia dito em argumentação ao seu pedido de ajuda. Surpreso e sem palavras em qualquer idioma, tendo em vista que já havia chegado as portas do meu hotel, mais que depressa entrei pensando com meus botões: Já não se faz mais mendigo como antigamente.
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