A polêmica sobre shows gospel realizados por prefeituras ganhou um novo
capítulo esta semana, por conta de uma ação do Ministério Público estadual do
Rio de Janeiro, que recomendou à prefeitura fluminense de Comendador Levy
Gasparian que não contrate mais artistas gospel para eventos na
cidade.
O MP baseou sua recomendação no artigo 19 da Constituição Federal, que
veta ao Estado a realização de cultos religiosos. De acordo com o G1, uma troca
de e-mails entre o prefeito da cidade, Cláudio Manarino (PMDB) e o cantor Irmão
Lázaro, motivaram a ação.
No documento, Lázaro afirma que fica satisfeito quando vê uma prefeitura
contratar um show gospel: Eu louvo a Deus quando o poder público investe no povo
de Deus. Na resposta, o prefeito concorda com o cantor e diz: Sempre que eu
puder agradecer a Deus através de um show evangélico, eu vou fazer.
Como o Estado brasileiro é laico, não possui religião oficial, e não pode
interferir nas religiões, que são livres. Para o MP, o diálogo entre o cantor e
o prefeito caracterizou uso de dinheiro público para a realização de culto,
prática proibida pela Constituição Federal.
No entanto, Manarino nega que a contratação do show tenha sido motivada
por questões religiosas, e afirmou que a escolha foi feita para agradar ao
público: As grandes exposições sempre estão iniciando com shows evangélicos ou
show gospel e aqui não seria diferente. Uma forma de você agradar à população de
uma forma geral. Não vi culto, não sou pastor, o Lázaro também não é pastor, não
vi nenhum preciosismo naquilo que a gente estava combinando, disse o
prefeito.
Eu acho que houve uma atenção exagerada nesse assunto quando existem
outros assuntos que poderiam receber mais atenção e atuação, naturalmente, no
Ministério Público, disse Manarino, que disse que irá seguir a
recomendação.
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Fonte: Gnotícias
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