A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido no inquérito que
investiga envolvimento de políticos no esquema de corrupção na
Petrobrás. O pedido foi feito pelo delegado Josélio Sousa. Ele suspeita
que Lula pode ter sido ‘beneficiado pelo esquema em curso na Petrobrás,
obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu
governo’.
Além de Lula, a PF pede a oitiva de Ideli Salvatti, ex-ministra da
Secretaria de Relações Institucionais, o ex-ministro Gilberto Carvalho
(Secretaria-Geral da Presidência, Governo Dilma Rousseff e o ex-ministro
da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula). O Instituto Lula informou que
desconhece o documento da Polícia Federal.
Esta é uma recomendação da PF, que o STF pode acatar ou não. O Supremo
agora vai submeter o pedido da PF para a análise do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. O chefe do Ministério Público Federal vai dar
um parecer sobre o pedido da PF.
A decisão se baseia em depoimentos dos delatores, o doleiro Alberto
Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e
o ex-gerente de Engenharia da estatal Pedro Barusco.
O documento da PF menciona que Paulo Roberto Costa e Youssef
‘presumem que o ex-presidente tivesse conhecimento do esquema de
corrupção descortinado na Petrobrás em razão das características e
dimensão do mesmo.
Os colaboradores não dispõem de elementos concretos que impliquem a
participação direta do ex presidente. Contudo, a PF entende que não há
como dissociar que o esquema de poder político foi alimentado com
recursos da Petrobrás.
A PF diz ainda que os delatores confirmam que diretores foram
indicados para diretorias da Petrobrás por políticos “que por sua vez
reverteu-se em apoio parlamentar ajudando a formar assim a base de
sustentação política do governo”.
“Dentro dessa logica, os indícios devem ser buscados não apenas no
rastreamento e identificação de vantagens pessoais que por ventura foram
obtidas pelo então presidente, mas também nos atos de governo que
possibilitaram que o esquema se instituísse e fosse mantido uma vez que
tal como assinalado, não se trata apenas de um caso de corrupção
clássica”, afirma o documento.
Com base nisso, a PF considerou necessário ouvir o ex-presidente para
que esclareça sobre os fatos investigados envolvendo núcleo político
partidário de seu governo.
O presidente Dilma não pode ser investigada nos fatos neste período, por força da Constituição.
Em ofício ao Supremo Tribunal Federal, o delegado Josélio Sousa
sustenta. “Atenta ao aspecto político dos acontecimentos, a presente
investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a
pessoa do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva que,
na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pelo
esquema em curso na Petrobrás, obtendo vantagens para si, para seu
partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base
de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida
estatal.”
Lula não tem foro privilegiado. A PF não explica por que pediu o
depoimento do ex-presidente ao Supremo e não à primeira instância.
“Neste cenário fático, faz-se necessário trazer aos autos as declarações
do então mandatário maior da nação, Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de
que apresente a sua versão para os fatos investigados, que atingem o
núcleo político-partidário de seu governo”.
COM A PALAVRA, O PT
Por meio de sua assessoria de imprensa, o PT informou ‘que não vai se
pronunciar pois não tem conhecimento oficial dessa demanda da Polícia
Federal’
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Fonte: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-pede-ao-supremo-para-ouvir-lula-no-inquerito-da-lava-jato/
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