Enquanto o Supremo Tribunal Federal debate e decide os destinos dos envolvidos no escândalo do Mensalão, na província mipibuense tudo continua, como bem dizia o saudoso Sargento Perceval, "em brancas nuvens".
Passados mais de sete anos do escândalo que revelou as falcatruas da atual gestão e do envolvimento de servidores que desviaram dinheiro público ninguém, absolutamente ninguém ainda foi preso ou devolveu o dinheiro surrupiado dos cofres públicos.
Instada a se manifestar a prefeita, assim como o barbudinho e rei da pinga, alegou que não sabia de nada e também nada fez para punir os esbulhadores do erário e sequer procurou saber o que aconteceu, em um aceno de complacência.
Documentos foram colocados por baixo da porta da ONG Sociedade Terra Viva, representante do Movimento Nacional de Combate a Corrupção, onde são apontados supostos envolvidos no crime e relatos do que havia acontecido. Tais documentos foram encaminhados ao Ministério Público Estadual em São José de Mipibu para providências.
Paralelamente, o Programa Cidadania FM, que fora retirado do ar por defender os direitos do povo mipibuense e lutar contra a corrupção, realizou uma verdadeira investigação jornalística, onde entrevistou várias pessoas envolvidas no escândalo, e divulgou as informações através do rádio. Essas entrevistas também foram encaminhadas às autoridades.
Apesar de todo o esforço empreendido pela Sociedade Terra Viva, com apoio da população, até este momento nenhum dos envolvidos foi preso e nem tampouco devolveu os valores desviados. Não aconteceu nenhuma reunião na Câmara dos Vereadores para debater o assunto, nenhum pedido de impeachment foi registrado contra a prefeita e os beneficiários do esquema Mensalinho estão livres, leves e soltos.
Entenda o Mensalinho
Iniciado em 2005, na Prefeitura de São José de Mipibu, RN, servidores públicos visitavam pessoas das comunidades e pediam seus dados para que pudessem receber valores. Essas pessoas eram inseridas na folha de pagamento da Prefeitura e passavam a receber salários mensais. Na verdade, os laranjas (nome dado as pessoas que emprestavam seus nomes) recebiam cerca de 15% apenas do valor total. Pois o restante era entregue aos chefes da quadrilha.
O esquema perdurou até que alguém detectou o golpe e levou o caso à público. Após as denúncias no Programa Cidadania FM, através do rádio, parte dos envolvidos foram afastados do serviço público e outros permaneceram.
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