O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu prosseguimento
nesta quarta-feira (2) ao pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff, protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal.
Dilma está em seu gabinete, com equipe, e cogita fazer um anúncio ainda nesta quarta sobre o pedido de impedimento.
A ação de Cunha é uma resposta à decisão dos deputados federais petistas
de votar pelo prosseguimento da cassação de seu mandato. O deputado
peemedebista é alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da
Câmara. O órgão adiou nesta quarta
a votação que irá decidir se o processo irá adiante ou será arquivado. A
próxima reunião do Conselho será na próxima terça-feira.
Após negociação de bastidores, a bancada do PT na Câmara dos Deputados cedeu à pressão de sua militância e do presidente da legenda,
Rui Falcão, e decidiu no início da tarde desta quarta que irá votar
pela continuidade do processo de cassação do presidente da Câmara dos
Deputados. Os três votos dos integrantes petistas no conselho são
considerados cruciais para definir se o processo contra Cunha segue ou
será arquivado.
Única pessoa com o poder de dar seguimento a um processo de impedimento
da presidente da República, Cunha havia feito uma trégua com o Palácio
do Planalto a fim de evitar a tramitação de processo pela sua cassação.
"Antes de fazer o anúncio oficial, Cunha ligou para o vice-presidente
Michel Temer para informá-lo da decisão. Para evitar a deflagração do
processo de impeachment, deputados petistas chegaram a ir ao gabinete do
peemedebista para garantir que até a próxima terça-feira (8) seria
possível reverter os votos no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
O Palácio do Planalto também informou ao presidente da Câmara dos
Deputados que não tinha desistido de garantir ao peemedebista votos para
o arquivamento do pedido de cassação. Em conversas reservadas, no
entanto, o peemedebista disse que não podia mais confiar na promessa do
governo federal.
Na avaliação de aliados de Cunha, com a deflagração do processo de
impeachment, zera o placar do Conselho de Ética. O diagnóstico é de que,
agora, DEM e PTB devem apoiar pelo arquivamento do processo.
Para tentar atrair os votos dos deputados federais do PSDB, o
peemedebista fez questão de acolher o pedido apoiado pelo partido dos
juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr.
Em troca, o peemedebista espera que o líder do PSDB na Câmara dos
Deputados, Carlos Sampaio (SP), convença os dois deputados tucanos a
mudar de posição pelo enterramento do pedido de cassação ou a renunciar
ao posto.
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Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/12/1714133-cunha-deflara-processo-de-impeachment-contra-dlma.shtml#_=_
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