Principal alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta
sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enriqueceu às
custas dos crimes investigados no petrolão e teve sua campanha política
abastecida com dinheiro sujo. A conclusão é do Ministério Público
Federal, que investiga o petista por suspeitas de que ele tenha recebido
vantagens indevidas durante os oito anos em que ficou à frente do
Palácio do Planalto - inclusive do propinoduto instalado na Petrobras.
"Há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do
esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento
triplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois
imóveis e da armazenagem de bens por transportadora", informou a
força-tarefa da Lava Jato.
As investigações conduzidas pela força-tarefa da Lava Jato e pela
Polícia Federal mostram que "surgiram evidências de que os crimes o
enriqueceram e financiaram campanhas eleitorais e o caixa de sua
agremiação política" e que existem repasses a Lula - um deles, de pelo
menos 1 milhão de reais, feito pela OAS - "sem aparente justificativa
econômica lícita". O dinheiro, aponta a investigação, foi utilizado em
reformas e imóveis de luxo como o tríplex 164-A do Condomínio Solaris,
no Guarujá. Em janeiro, documento assinado pela delegada da Polícia
Federal Erika Marena já elencava o tríplex do ex-presidente Lula no
condomínio Solaris como um dos imóveis que indicam "alto grau de
suspeita" quanto à real titularidade.
Em um organograma organizado pelos policiais, a unidade residencial é
registrada como de propriedade da OAS, uma das empreiteiras que
integravam o chamado clube do bilhão, cujos executivos, incluindo o
ex-presidente Leo Pinheiro, já foram condenados na Lava Jato pelo juiz
Sergio Moro. Mas os indícios apontam que o imóvel, conforme revelou
VEJA, é, sim, do ex-presidente petista. "Embora o ex-presidente tenha
alegado que o apartamento não é seu, por estar em nome da empreiteira,
várias provas dizem o contrário, como depoimentos de zelador, porteira,
síndico, dois engenheiros da OAS, bem como dirigentes e empregado da
empresa contratada para a reforma, os quais apontam o envolvimento de
seu núcleo familiar em visitas e tratativas sobre a reforma do
apartamento", diz o MP.
Conforme os investigadores, existem evidências de que a empreiteira OAS
tenha desembolsado mais de 750.000 reais para reformar o tríplex de
Lula no Guarujá, além de ter quitado despesas de mais de 320.000 reais
em móveis de luxo para a cozinha e para os quartos do imóvel. "A
suspeita é de que a reforma e os móveis constituem propinas decorrentes
do favorecimento ilícito da OAS no esquema da Petrobras", diz o
Ministério Público. Além das suspeitas que recaem contra Lula,
argumentam os procuradores da Lava Jato, "há fortes evidências de que
outros líderes e integrantes do Partido dos Trabalhadores foram
agraciados com propinas decorrentes de contratos da Petrobras". Entre
eles, o ex-homem-forte do governo petista José Dirceu, preso em
Curitiba.
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Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/lula-enriqueceu-as-custas-do-petrolao-afirma-o-ministerio-publico
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