sábado, 13 de março de 2010

JORNALISMO PÚBLICO III

Por Francicláudio Oliveira

Gostaria da atenção de vocês para um fato lamentável que aconteceu na noite de ontem quando eu voltava da faculdade na última vã da empresa CJR transportes.
Uma senhora que devia ter entre 30 e 35 anos estava no veículo com uma garotinha de mais ou menos 5 anos. Ela havia avisado ao cobrador que desceria nas proximidades do posto da PRF, mas parece que o cobrador não tinha ouvido e o carro já parou quase no retorno para o município de Monte Alegre, depois que ela chamou a atenção do cobrador.
Bem, não teria sido nada de mais se o motorista tivesse retornado. Dois minutos a mais ou a menos não faria diferença na chegada em São José. Mas lamentavelmente iniciou-se uma pequena discussão quando o cobrador se recusou a voltar o veículo:
-O senhor tem que voltar, porque era lá que eu ia descer.
- A senhora tem que descer aqui. Porque não avisou que ia descer lá.
- Avisei sim, não tenho culpa se o senhor não escutou. Não posso pagar pela sua irresponsabilidade.
-Acho melhor a senhora descer logo
- descer como meu senhor, vou voltar sozinha com essa criança nessa pista escura a essa hora da noite. E se a contecer o mal comigo?
- Qualquer coisa, a polícia federal é bem alí. É só chamar.
Já erea mais de dez horas e meia da noite, quando auela mulher se sentiu obrigada a descer e caminhar com sua criança, pela BR escura e deserta.
- mãe a gente vai sozinha no escuro? Ingdagou a criança
-é minha filha, é o jeito...
E desceu da vã que seguiu viagem.
Não sei onde aquela mulher morava, não sei quem era, nem se chegou bem em casa. Mas reconheço que foi menosprezada diante de um ônibus cheio de passageiros.
Não quero condenar ninguém(cobrador ou motorista). Acho que eles não devem ceder a qualquer capricho dos passageiros. Mas não foi esse o caso. Não posso negar a minha indignação para com aquela situação.
Demorei a perceber o que realmente estava acontecendo, e só depois que ela desceu tirei minhas conclusões.
O interessante é que ninguém naquela vã defendeu aquela mulher com aquela criança. Penso que podia ser minha mãe, tia, irmã, vó ou de qualquer um e provavelmente teria sido tratada do mesmo jeito. Não fiz nada na hora. Ninguém fez. Mas quero aproveitar o ofício que escolhi exercer na vida (jornalismo) para fazer a minha parte (mesmo que tardia) em defesa daquela pessoa e de outras que passam e passarão por situações semelhantes.
Provavelmente aquela senhora jamais ficará sabendo que escrevi sobre isso. Talvez nunca mais a veja ou a reconheça se encontrá-la. Mas acho que como comunicador social, que estou me formando, não posso me calar diante de um fato desses.
A falta de respeito e de humanidade ali foi evidente. Por isso gostaria que, se não for comprometer algum interesse pessoal seu, essa história pudesse ser disseminada como forma de previnir para que outras pessoas não passem por isso. Pode ser exagero de minha parte, mas releia esse texto e me diga se estou errado...

4 comentários:

Anônimo disse...

A maior parceira desta empresa é justamete a prefeitura!!!

Anônimo disse...

REPUDIO!!! é isto o que se sente ao ler esta nota, de imensa mosntruosidade, mas pelo horario é facil descobrir os "MAUS CONDUTORES daquele veiculo,basta querer, e quanto as vitimas certamente os plantonistas da PF naquela noite deve ter AJUDADO a elas e assim acionem o M.P o CONSELHO TUTELAR ESSE POVO que se diz LEI!!!

Anônimo disse...

É, infelismente alguns dos funcionários dessa empresa são realmente de uma falta de humanidade
e de respeito para com os usuarios e ninguem vê isso!!!

Anônimo disse...

o bom é que ficamos sempre assim: calados diante de tanta falta de solidariedade. Outro dia eles passaram direto e eu fiquei a ver navios. Pagamos caro e somos tratados como "batatas" que é transportada para ceasa.

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