Na minha tenra infância costumava acompanhar as rodas de conversas que se formavam no entorno da cigarreira de Brabo, alí nos fundos da antiga casa de seu Félix, das quais participavam as figuras mais conhecidas da cidade.
Sempre estavam por lá Aníbal, Geraldo Preto, Candango, Brabo, Valdemar, entre tantos outros e ele, o mais extrovertido e divertido, Xanxo (Vicente Marques da Silva).
Ele, que sempre dava o tom hilário dos debates, estava sempre pronto para fazer alguém dar uma boa risada em razão de alguma brincadeira, dentre as muitas que trazia no seu repertório.
Com a sua muleta e seus apetrechos de engraxate, circulava pelo centro da província e cuidava dos melhores e mais caros sapatos mipibuenses.
Há algum tempo, visitando o Bairro Novo, pude rever Xanxo e tirar dele um largo sorriso recordando os bons e velhos tempos de outrora.
O tempo, senhor do destino, nosso Grande Arquiteto do Universo nos tirou Xanxo, deixando a província mipibuense mais triste e a certeza de que nada será como antes e que a nossa única esperança reside no resgate da nossa história e o seu registro através dos tempos.
Alguém, em algum lugar, em algum tempo, dirá do quão bom e agradável foi um dia nossa querida Mipibu.
Xanxo, onde você estiver, aceite esta singela homenagem póstuma de alguém do Povo para um Homem do Povo.
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