segunda-feira, 22 de abril de 2013

Lindo é o sorriso da mãe mipibuense ao tomar em seus braços e beijar seu filho pela primeira vez.

São antigas e inúmeras as reclamações de maus tratos de mulheres e mães contra a APAMI de São José de Mipibu. Casos e mais casos que terminaram por cair na vala comum do esquecimento, por terem nas vítimas pessoas humildes e sem condições para enfrentamento da "nepocracia" das organizações ferreira.

Na verdade, a APAMI de São José de Mipibu já prestou, outrora, um bom serviço à população local. Tempos em que as demandas  em saúde pública não exigiam a complexidade que a atualidade reclama. Mas, há muito, mas muito tempo mesmo, a entidade controlada pelo clã lagoafumense perdeu sua utilidade e transformou-se em um cabide de empregos e pasto para as ovelhas desgarradas e desmamadas das tetas da viúva.

O atual episódio da retirada de profissionais da APAMI e consequente retorno às unidades da rede pública, revela apenas a ponta de um grande iceberg que havia décadas vinha sofrendo degelo e o aquecimento da política local fez emergir sua verdadeira face oculta sob um oceano de prejuízos à população.

Ainda em 2005, quando se operou, ao arrepio das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), por obra e graça do proselitismo político ferreirista e contrariando todas as expectativas da população, a extração a fórceps do serviço de obstetrícia do Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros para entrega à APAMI, uma voz popular e solitária bradava nos conselhos municipal de saúde de São José de Mipibu e estadual de saúde contra o verdugo, pedindo que esse parto doloroso não ocorresse. Essa mesma voz solitária argumentava, quase que profeticamente, o advento do presente que se vivencia hoje e as consequências desumanas para as dezenas de mães de família e seus filhos que amargam suas histórias de vida e sofrimento.

O gestor sério e comprometido com a saúde de seu povo saberá conduzir esta situação de forma a devolver ao povo mipibuense, principalmente às milhares de futuras mães, a cidadania perdida, garantindo-lhes atendimento humanitário e aos seus filhos o direito de nascer longe da ameaça da humilhação.

É imoral, ilegal e vergonhoso que nos dias atuais ainda tenhamos que ver toda a população de uma cidade, mais de 40.000 pessoas, serem prejudicadas para deleite de um clã familiar.

Sempre estivemos ao lado do nosso povo, nossa gente. Defendemos os seus direitos e fomos, por esse motivo, perseguidos, humilhados e até mesmo ameaçados de morte. Mas, jamais desistimos da nossa luta por entender que quando silenciarmos é sinal de que eles venceram.

Permitir a continuidade do sucateamento do nosso Hospital Regional, o abandono de milhares de mulheres e seus bebês para benefício e enriquecimento de um grupo familiar é desumano e não é coisa de pessoas de bem.

Lutar pelos direitos de nosso povo é lutar pelo retorno do serviço de obstetrícia para o Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros. É lutar pela melhoria do atendimento, pela melhoria da estrutura, por melhores condições de trabalho para os trabalhadores em saúde.

Lindo é o sorriso da mãe mipibuense ao tomar em seus braços e beijar seu filho pela primeira vez.

Hoje entendemos, mais do que nunca, a sábia da canção "Somos quem podemos ser" de autoria de Humberto Gessinger, tornada célebre através dos Engenheiros do Havaii.

"Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão
...
Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem
...
Somos quem podemos ser..."
...

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