quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

TERREMOTO MIPIBUENSE*

Ninguém sabe mais o que é praça, o que quiosque, bodega, posto de distribuição de bebidas alcoólicas, ou o que você, meu irmão e minha irmã mipibuense, melhor nomenclatura decida atribuir. O certo é que a cidade se transformou em uma verdadeira barbárie.
Aqui se pode tudo! Estacionar sobre calçadas, transformar praças em bares, cercar praças para uso, abuso e venda de bebidas, construir sobre calçadas e utilizar como bar ... Tudo isso debaixo das barbas do governo municipal que insiste em fingir que está governando.
É comum se ver pessoas caminhando "pelas ruas" concorrendo com os veículos e quase sendo atropeladas, porque as calçadas estão ocupadas com com a conivência do governo.
O governo municipal está na praia, porque é verão e em Mipibu só fica quem não tem como e para onde ir.
Alhures, a Câmara Municipal, diga-se de passagem, de recesso, descansa em paz eterna, a espera do pagamento mensal e inerte como nunca deveria ter estado. Fecha os olhos para a sua missão legal e deixas o seu Povo a mercê da turba movida e abastecida pelo kit miséria.
Quase não se consegue ver famílias nas praças. Assim como nos disse nosso amigo João Batista Vianês, outro dia, "O Povo tem até medo de andar na praça, por causa dos bêbados".
É verdade, meu amigo! E mais verdade ainda é a omissão dos governantes que, há seis anos, mentem para o meu Povo. Fingem ser quem nunca foram e ter a capacidade e a vontade que jamais tiveram: de fazer a nossa Gente feliz e respeitada.
É lamentável que tais práticas venham se multiplicando na Terra Mipibuense. Que um governo seja forjado em dois únicos pilares, a incompetência e a perseguição aos filhos mais humildes desta cidade.
A desgraça de um Povo não se resume a terremotos, como ocorreu no Haiti recentemente. Outros terremotos e tusinames (como gosta de pronunciar uma prefeita) causam muito mais dores ao Povo, pela sua duração de tempo. Há terremotos que duram seis anos seguidos e sem intervalo, com a perspectiva de perdurar por oito. Transformando a vida de um cidade em um verdadeiro inferno.
O sofrimento e o abandono são marcas indeléveis nas milhares de vidas de minha Gente. Quantos idosos sem saúde, quantas grávidas correndo das portas da apami para Parnamirim, quantas crianças e mulheres sendo violentadas todos os dias, quantos jovens mergulhando nas sombras das drogas?
Não assistimos a queda de tantas casas em nossa Mipibu. Mas quantas famílias desmoronaram vitimadas pela fome, pelas drogas, pela falta de saúde e assistência?
Estamos vivenciando o nosso terremoto particular mipibuense, cujas vítimas são estimadas em 40 mil pessoas. E o seu epicentro está localizado ali, bem ao lado do cemitério.

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