Carta de Despedida à um Velho Amigo
Conheci meu amigo há muito tempo, ainda na tenra adolescência, quando das muitas idas e vindas ao velho sobrado, vizinho ao antigo e único cinema de Mipibu, quando íamos, todas as noites, estudar música.
Na verdade, não se tratava, para nós, de uma escola, mas de momentos de deleite e grande prazer de nos encontrarmos com um universo distinto e inatingível, a Música e suas maravilhas.
Era um tempo de inocência, alegrias e agruras em uma cidade ainda marcada pela convivência pacata de seu Povo e pelas distâncias entre província e tecnologias.
Quantas dezenas de vezes caminhamos até a Lagoa do Bonfim para pescarias, quantas festas de padroeiros em Pititinga, Maracajaú, Canguaretama, Pedro Velho, Nísia Floresta, Vila Flor, Muriú, Vera Cruz e tantas outras cidades para onde levávamos juntos alegria e a musicalidade do artista mipibuense, por tantas vezes injustiçados e desvalorizados.
Lembro-me claramente da nossa primeira apresentação em uma grande festa, a Festa do Boi, nos idos de 1980, quando, regidos pelo Tenente Rozendo, executamos La Cumparsita. Inexperientes, trêmulos diante da platéia, demos tudo de nós para mostrar o quão boa era a arte mipibuense e conseguimos.
A velha casa na margem direita da BR101, de quem segue de Mipibu para Natal, hoje sob o asfalto, vai guardar consigo, para todo o sempre, os mais belos momentos de uma verdadeira amizade, sorrisos, conversas, estudos musicais, sonhos e planos de jovens livres e esperançosos de um distante futuro.
O tempo, esse vilão travestido de condutor do destino, sempre encontra um jeito de separar grandes amizades e a rotina, sua irmã gêmea, se encarrega de nos manter assim.
A saudade, essa companheira permanente dos românticos, vez por outra nos traz de volta e reaproxima. E foi em um desses raros momentos em que a saudade e o destino se cruzaram que nos reencontramos, quase de surpresa, e tivemos o nosso último encontro.
Era uma manhã ensolarada na capital potiguar e nós esquecemos o presente e pudemos relembrar dos bons tempos. Por uma manhã tivemos a impressão de havermos recuperado décadas de amizade.
Todavia o tempo e a rotina nos chama à realidade e mais uma vez seguimos de volta para nossas vidas, prometendo nos reencontrarmos em um futuro próximo, o que não aconteceu.
O meu Amigo Mizael Querino Pereira, sargento do Exército Brasileiro, ultimamente residindo em Deodoro, no Rio de Janeiro, adoeceu e, sem qualquer recado ou mesmo um adeus, nos deixou.
Partiu nos deixando a certeza de que valeu a pena lutar e acreditar que um futuro melhor é possível. Que todos somos capazes de vencer as dificuldades que a vida nos impõe e superar todos os obstáculos.
Mizael foi um exemplo em vida de tudo quanto nós, os mais humildes, somos capazes de conquistar.
Ao amigo Mizael, que o Grande Arquiteto do Universo lhe receba de braços abertos e com a mesma alegria com que você sempre nos recebeu. E guarde, no “Céu”, como sempre fizemos por aqui, um forte abraço e uma vaga para o seu velho amigo, quando este por aí chegar.
Natal, 17 de maio de 2010.
Conheci meu amigo há muito tempo, ainda na tenra adolescência, quando das muitas idas e vindas ao velho sobrado, vizinho ao antigo e único cinema de Mipibu, quando íamos, todas as noites, estudar música.
Na verdade, não se tratava, para nós, de uma escola, mas de momentos de deleite e grande prazer de nos encontrarmos com um universo distinto e inatingível, a Música e suas maravilhas.
Era um tempo de inocência, alegrias e agruras em uma cidade ainda marcada pela convivência pacata de seu Povo e pelas distâncias entre província e tecnologias.
Quantas dezenas de vezes caminhamos até a Lagoa do Bonfim para pescarias, quantas festas de padroeiros em Pititinga, Maracajaú, Canguaretama, Pedro Velho, Nísia Floresta, Vila Flor, Muriú, Vera Cruz e tantas outras cidades para onde levávamos juntos alegria e a musicalidade do artista mipibuense, por tantas vezes injustiçados e desvalorizados.
Lembro-me claramente da nossa primeira apresentação em uma grande festa, a Festa do Boi, nos idos de 1980, quando, regidos pelo Tenente Rozendo, executamos La Cumparsita. Inexperientes, trêmulos diante da platéia, demos tudo de nós para mostrar o quão boa era a arte mipibuense e conseguimos.
A velha casa na margem direita da BR101, de quem segue de Mipibu para Natal, hoje sob o asfalto, vai guardar consigo, para todo o sempre, os mais belos momentos de uma verdadeira amizade, sorrisos, conversas, estudos musicais, sonhos e planos de jovens livres e esperançosos de um distante futuro.
O tempo, esse vilão travestido de condutor do destino, sempre encontra um jeito de separar grandes amizades e a rotina, sua irmã gêmea, se encarrega de nos manter assim.
A saudade, essa companheira permanente dos românticos, vez por outra nos traz de volta e reaproxima. E foi em um desses raros momentos em que a saudade e o destino se cruzaram que nos reencontramos, quase de surpresa, e tivemos o nosso último encontro.
Era uma manhã ensolarada na capital potiguar e nós esquecemos o presente e pudemos relembrar dos bons tempos. Por uma manhã tivemos a impressão de havermos recuperado décadas de amizade.
Todavia o tempo e a rotina nos chama à realidade e mais uma vez seguimos de volta para nossas vidas, prometendo nos reencontrarmos em um futuro próximo, o que não aconteceu.
O meu Amigo Mizael Querino Pereira, sargento do Exército Brasileiro, ultimamente residindo em Deodoro, no Rio de Janeiro, adoeceu e, sem qualquer recado ou mesmo um adeus, nos deixou.
Partiu nos deixando a certeza de que valeu a pena lutar e acreditar que um futuro melhor é possível. Que todos somos capazes de vencer as dificuldades que a vida nos impõe e superar todos os obstáculos.
Mizael foi um exemplo em vida de tudo quanto nós, os mais humildes, somos capazes de conquistar.
Ao amigo Mizael, que o Grande Arquiteto do Universo lhe receba de braços abertos e com a mesma alegria com que você sempre nos recebeu. E guarde, no “Céu”, como sempre fizemos por aqui, um forte abraço e uma vaga para o seu velho amigo, quando este por aí chegar.
Natal, 17 de maio de 2010.
Perceval Carvalho
7 comentários:
me junto a vc nesse momento de perda, presto a minha homenagem ao meu amigo MIZAEL, pela amizade que desfrutamos ,os bancos da ASSEMBLÉIA DE DEUS que sentamos juntos por toda nossa infância e adolescência e expotrática mais sempre boa conversa que tínhamos quando nos víamos depois de adultos. a irmã FRANCISQUINHA,Robério,Maria,Gutembergue,Sulamita,Elienai, Paulo e demais parentes esposa e filhos meus sinceros sentimentos e desejo que o mesmo se encontre com DEUS na sua nova vida.
MOISÉS E FAMÌLIA
GOSTARIA SE POSSIVEL VC POSTASSE ALGUMA FOTO DESSE TEMPO BONITO QUE O SAUDOSO TEN.ROSENDO DEU A NÓS JOVENS,E TAMBEM DESSE DETALHES DA PASSAGEM DO NOSSO SAUDOSO MUSICO MIZAEL.UM ABRAÇO!!
Infelismente não temos fotografia para atender seu pedido, Amigo(a) leitor(a).
Se você tiver alguma fotografia sobre o assunto, pedimos que envie para omipibuense@gmail.com e teremos prazer em publicar.
Perceval porque vc usa sempre a frase O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO ? esta palavra está adequada para vc ou para os seus comentarios? Acho que estas palavras está mais para a seita massonaria do que para vc
Não tenho o conhecimento que Perceval possui,mas esta muito claro sua grande frase:"O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO"!Quem faz projeto? Então, Deus programou a natureza e os seres humanos tão perfeitos,por que não pode ser chamado dessa forma?
saudade,saudade,saudade essa é a palavra que posso usar nesse momento para falar do meu querido pai sargento pereira.E obrigado por prestar esta linda homenagem a uma pessoa que sempre estará viva em nossos corações!
David Maciel
David, entre em contato com omipibuense@gmail.com
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