terça-feira, 18 de novembro de 2014

Propina na Petrobras continuou após saída de Paulo Roberto, aponta PF

Fluxo contínuo A Polícia Federal encontrou indícios de que os pagamentos de
propina revelados pela Operação Lava Jato continuam sendo feitos na Petrobras. Relatório da última etapa da investigação diz que o esquema “apresenta continuidade mesmo após a demissão do então diretor Paulo Roberto Costa” e “assola o país de Norte a Sul até os dias atuais”. A PF vai apurar pagamentos feitos pelas empreiteiras ao doleiro Alberto Youssef já em 2014 para encontrar obras em que pode ter havido propina.

Geral Ao ouvir depoimentos de Paulo Roberto e Youssef, os policiais concluíram que o esquema “vai muito além das obras contratadas pela Petrobras” e atinge outras áreas do governo.

Irrestrito “Essas empresas tinham interesse em outros ministérios capitaneados por partidos. Se você cria um problema de um lado, pode criar um problema do outro. Então, no meu tempo lá, eu não lembro de ter nenhuma empresa deixado de pagar”, declarou Paulo Roberto.

Dominado 1 As empresas investigadas por participar do esquema doaram dinheiro para 12 dos 32 deputados da CPI que apura irregularidades na Petrobras na campanha deste ano.

Dominado 2 Contribuíram ainda com outros sete líderes partidários, da base aliada e da oposição, que também participam de reuniões da comissão. As doações somam R$ 3,9 milhões.

Canoa furada Questionado por policiais no fim de semana se a Enegevix havia superfaturado obras da refinaria de Abreu e Lima, o diretor Newton Prado Junior lamentou: “Posso dizer pelo meu contrato: o prejuízo hoje é de R$ 369 milhões”.

Alhos e bugalhos Nos últimos interrogatórios de dois dirigentes da Queiroz Galvão, policiais se confundiram e os questionaram sobre contratos da Galvão Engenharia. “Não tem nada a ver”, rebateu o diretor Ildefonso Colares Filho.

Saudade de casa Os executivos das empreiteiras que prestaram depoimento no fim de semana —e estão presos e, muitas vezes, dormindo em colchões no chão— disseram receber salários de até R$ 3 milhões por ano.

Sonoterapia Depois de se recuperar de um voo que passou até pelo Alasca, Dilma Rousseff deve chamar Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para discutir o novo ministério e ecos da Lava Jato.

Empate Petistas preveem que os atos em São Paulo pedindo impeachment da presidente não vão cessar por ora. Acham que o partido precisa estimular manifestações dos movimentos sociais, como a da semana passada.

Fazendo escola A Telebras avisou ao mercado na semana passada que, apesar de dedicar os melhores recursos e esforços que estão ao seu alcance, ainda não conseguiu publicar suas demonstrações financeiras dos três primeiros trimestres.

Estátua O senador Aécio Neves orientou os parlamentares do PSDB a obstruir todas as sessões da Comissão Mista de Orçamento que vão discutir a mudança da meta de superávit fiscal do governo.

O sonho… O principal objetivo do grupo de Marina Silva, que se reúne nesta semana com a volta da ex-presidenciável à ativa, é estabelecer uma “agenda de trabalho permanente” para que ela fique em evidência.

… não acabou “A ordem é que ela não apareça colada a Aécio em seu retorno. Não faria sentido. Ela precisa de espaço e agenda próprios”, afirma um marineiro.

TIROTEIO
O PT diz que a oposição quer o terceiro turno, mas se o Brasil já soubesse o que sabe hoje, Dilma não teria nem ido ao segundo turno.
DO DEPUTADO DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP), presidente estadual da sigla, sobre críticas do ministro José Eduardo Cardozo à politização da Lava Jato.

CONTRAPONTO
Calouro rebelde
Durante a viagem da presidente Dilma Rousseff para participar da reunião do G20, na Austrália, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) pediu aos colegas de Esplanada que antecipassem o envio de cartas de demissão ao Planalto.
A medida serviria para deixar a presidente à vontade para mexer na equipe.
Ao tomar conhecimento da recomendação, Miguel Rossetto —um dos mais novos do ministério de Dilma— brincou com o colega:
—Não vou entregar nada! Eu acabei de chegar!disse o petista, que entrou para o governo em março.
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Fonte: Folha de São Paulo

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